Releitura de obras de arte.

Releitura de obras de arte.
Atividades desenvolvidas sob orientação da professora de Artes Kátia Vieira da Silva para apresentação na "Semana Cultural" realizada na E.E.E.F.M. Bernardo Horta. Reler uma obra é bem diferente de reproduzi-la, é necessário interpretar o que se vê e exercitar a criatividade. O importante é criar algo novo e que mantenha um elo com a fonte que serviu de inspiração. Na releitura de uma pintura podemos utilizar formas de expressão artítistica como desenho, fotografias, escultura ou colagem...

domingo, 16 de outubro de 2011

EJA - RESGATE DA CIDADANIA


        Oferecer uma educação de qualidade sempre foi desejo do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), depois de certo tempo viu-se a necessidade também desse ensino ser mais abrangente, pois a oferta do mesmo nas instituições federais era realizado de uma maneira muito parcial, atingindo um estrato muito pequeno da população brasileira. O alto grau de seletividade que caracteriza a entrada na instituição, além de outros fatores, contribui para configurar um ensino altamente elitizado, voltado para atender os anseios dos grupos socialmente privilegiados.
A entrada da modalidade EJA, na instituição tem por objetivo reverter esse quadro, essa modalidade se propõe a reparar, equalizar e qualificar, “a educação de jovens e adultos, possui como meta o resgate do sujeito na perspectiva da Cidadania” (Paiva), desenvolver todas as suas potencialidades humanizadoras, e não receber um simples treinamento para o mercado de trabalho. Essa nova maneira de ver a educação de jovens e adultos tem provocado debates bastante proveitosos, no IFES, um deles é a busca da construção  de um currículo integrado para o Proeja, elaboração dos Projetos Pedagógicos dos Cursos do Proeja e a ampliação do mesmo.
A reflexão desenvolvida pelos profissionais envolvidos com o trabalho junto aos alunos tem contribuído muito para um processo de construção da EJA como campo pedagógico no Instituto Federal do Espírito Santo, colaborando para que a mesma seja compreendida como direito.
O grande objetivo é a superação dos voluntarismos pedagógicos e de uma visão que tem acompanhado a educação de jovens e adultos ao longo da sua história, associando-a a uma formação aligeirada e de baixo nível, ou seja, uma educação pobre para os pobres e como dito acima um mero treinamento para o trabalho. Para isso é necessário entender a educação como uma formação estruturante da consciência ativa dos homens significa assumi-la como pressuposto para a cidadania, não no sentido de mérito pessoal, mas sim no sentido de pertencimento e participação em todos os bens (sociais, culturais, econômicos e políticos) produzidos pela sociedade ao longo dos tempos e de desenvolvimento pleno de todas as potencialidades humanas.
Sabemos que os alunos da EJA quando chegam à sala de aula trazem consigo experiências, saberes e valores vividos em sua luta pela sobrevivência nas relações sociais, no mundo do trabalho e no seio da família. O currículo escolar deve representar um vínculo entre os conhecimentos prévios e a nova aprendizagem, por meio de uma relação substantiva e não arbitrária com o que já sabem.
Segundo Paiva (2004), se essa relação estabelece a aprendizagem se torna significativa. Nesse sentido, o currículo da EJA deve considerar os processos de aprendizagem, os conhecimentos vividos praticados pelos alunos na prática social, numa perspectiva de uma pedagogia crítica e pautada na concepção de escola como uma instituição política, um espaço propício a emancipar o aluno, contribuindo para a formação da consciência crítico-reflexivo e promovendo a autonomia dos sujeitos da EJA.
É preciso deixar de lado os velhos atributos depreciativos em relação os aspectos cognitivos desses alunos e reconhecê-los como jovens e adultos sujeitos de conhecimento e aprendizagem o que significa atuar em favor de uma prática fundada em concepções e princípios intensamente debatidos e derivados de profunda reflexão que busca a valorização e a inclusão desses sujeitos no processo ensino-aprendizagem, garantindo aos mesmos o direito de aprender.
Conforme pode ser visto foi conseguido muito avanços nessa modalidade de ensino dentro do IFES, porém há muitos desafios ainda a serem vencidos: integração entre as áreas geral e técnica e entre as disciplinas, as discussões em torno dos PPC’s avançou muito pouco, outro desafio é a revisão da forma de ingresso dos alunos nos cursos do Proeja. Atualmente é feita apenas uma prova de conhecimentos, sendo a mesma classificatória e eliminatória.
A idéia é diversificação do processo seletivo, de modo a atingir o público-alvo ao qual se destina o programa. Esse processo envolveria: palestra, aplicação de uma prova, análise de questionário sócio-econômico e entrevista. Como vemos o desejo de todos profissionais envolvidos é tornar claro que todos os jovens e adultos tem o direito de educar-se ao longo da vida, essa é a proposta da EJA. Se há desafios a serem vencidos, significa que há muito trabalho a ser feito.










Os sete saberes necessários à educação do futuro.

sábado, 15 de outubro de 2011

MOVIMENTO SOCIAL DOS FÓRUNS DE EJA


Historicamente a Educação de Jovens e Adultos vem sendo configurada no Brasil como uma modalidade de ensino direcionada a alfabetização e a elevação da escolaridade, sendo associada, também, à formação profissional. Contudo, essa forma de compreender a EJA obscurece as razões estruturais geradoras das desigualdades sociais existentes, além de servir como um meio de proliferação de falsos discursos de inclusão.
Os Fóruns de EJA existente nos estados e nas regiões brasileiras se organizam internamente de formas diferenciadas, priorizando as particularidades locais, coerentes com seus processos de formação específicos.
A videoconferência proferida pelo professor Osmar Favero (UFF) relaciona a trajetória da Educação Popular com a atuação dos fóruns de EJA, destacando os seguintes aspectos:
• Inicia sua fala questionando sobre o Direito a Educação.
• Destaca também o direito público subjetivo à educação.
• Ressalta a luta pela educação popular.
• Em 1.947 surge a primeira proposta para extensão da escolarização para aqueles que não tinham tido oportunidade de estudar na “idade” própria. Nascendo assim, a primeira grande campanha de Educação de Jovens e Adultos.
• Declara que trabalhar pela EJA não nos pode fazer perder a perspectiva que a gente tem que lidar pela educação de todos e que o analfabetismo ainda é um problema porque não existe escola para todos e nem todos tem acesso à escola.
• Sua primeira grande questão então está no fato de que a EJA não pode se restringir apenas à escolarização e que nós, educadores, não estamos sabendo trabalhar nossos projetos de EJA, pois estamos deixando de incorporar na aprendizagem a experiência de vida dos jovens e adultos.
 Seu segundo ponto de questionamento está voltado para o fato de que precisamos repensar o papel da diversidade e do jovem trabalhador e rever o projeto político-pedagógico.
• Ela destaca que a educação ao longo da vida não se restringe à escolarização, pois o horizonte dela está voltada à cultura como arte, esporte e lazer.
• Finalizando diz que é necessário exigir do Estado um projeto político-pedagógico muito mais amplo e que a EJA é um componente necessário na educação brasileira.
Já a palestra, proferida pela Professora Maria Margarida Machado (UFG), destaca a formação com seus desafios e perspectivas para educadores de jovens e adultos. Questiona por parte dos educadores sobre “Qual a formação que realmente eles esperam da educação de jovens e adultos?” e o que os educadores sentem que faltam na EJA.
Aborda questões como a reconfiguração do currículo na educação de jovens e adultos. As perspectivas para organização curricular no campo da educação de jovens, trazendo elementos do EJA e a correlação com o currículo. Tanto pensa o currículo para a formação dos educadores da EJA como o currículo da EJA em geral. Discuti a relação do trabalho aliado à educação, pensando o currículo nos sistemas penitenciário, currículo e educação popular e educação no campo, levando em consideração gênero, etnia e educação sexual.
Em relação aos movimentos sociais, podemos destacar que a sua principal finalidade é analisar e discutir as múltiplas desigualdades e como e quanto elas afetem a vida da população mais pobre, principalmente no que diz respeito à falta de oportunidade e escolaridade dessa parcela da população. No entanto, é necessário avançar a fim de reivindicar uma maior mobilização do estado em propostas de políticas públicas já discutidas e enfatizadas pelos movimentos sociais.

REFERÊNCIAS

ARROYO , Miguel González . Educação de jovens - adultos : um campo de direitos e de responsabilidade pública . In : SOARES , Leôncio ; GIOVANETT , M . A .; GOMES , N . L . ( Orgs .). Diálogos em Educação de Jovens e Adultos . 2. ed . Belo Horizonte : Autêntica , 2007, p .19-50.

Entrevista com Osmar Fávero , professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense , na área de política educacional . Disponível em :< http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/entrevista.asp?cod_Entrevista=45 >. Acesso em 30/09/2011.

Site Portal do Fóruns de EJA do Brasil < www . forumeja . org . br >. Acesso em 30/09/2011. 





sexta-feira, 23 de setembro de 2011